A vida manifesta seus diferentes aspectos e revela seu caráter distinto no mundo real. Todas as formas de vida têm qualidades individuais e únicas. Os três princípios da individualização da vida (sanseken) constituem-se nos cinco componentes da vida (go’on seken), no ambiente dos seres vivos ou ambiente social (shujo seken) e no ambiente natural (kokudo seken). Os seres vivos são indivíduos que manifestam a qualquer momento um dos dez estados. Os cincos componentes são os elementos constituintes que se unificam temporariamente para formar um ser vivo, e o ambiente é onde os seres vivos conduzem suas atividades. Podemos julgar os três princípios da individualização como as três dimensões do mundo fenomenal no qual os dez estados se manifestam. Os cincos componentes da vida são: 1) Forma (shiki): O aspecto físico da vida, o qual possui atributos como forma e cor. A forma também indica os órgãos sensoriais — olhos, ouvidos, nariz, língua e corpo — por meio dos quais percebemos o mundo exterior. 2) Percepção (ju): É a função de receber as informações externas por meio dos seis órgãos sensoriais (os cinco sentidos mais a “mente”, que integra as impressões sensoriais). 3) Concepção (so): Função pela qual a vida compreende e elabora idéias sobre aquilo que foi percebido. 4) Volição (gyo): É o desejo de agir com relação àquilo que foi percebido e sobre o qual foi concebida uma idéia. 5) Consciência (shiki): É a função de discernir, fazer avaliações, distinguir o bem do mal etc. Ao mesmo tempo, age para apoiar e integrar as demais quatro funções. Em termos dos aspectos físicos da vida, a “forma” corresponde ao aspecto físico e os outros quatro, aos aspectos espirituais. Entretanto, uma vez que o corpo e a mente são inseparáveis, os cincos componentes devem ser compreendidos como um todo. As diferenças dos dez estados manifestam-se em cada um dos cincos componentes. Uma pessoa no estado de Inferno perceberá e reagirá a um certo fenômeno de uma forma absolutamente diferente do que faria no estado de Buda. O carma que ela cria também será diferente. Assim, as ações dos cinco componentes são coloridas pelo carma individual formado em sucessivas existências e também agem para acumular mais carma. “On”, de go’on, traduzido como “componentes”, significa “acumular” e “obscuro ou véu”. Nos estados não iluminados da vida, os cincos componentes agem para “acumular” sofrimento e “obscurecer” a natureza de Buda. Quando baseados no estado de Buda, agem para acumular boa sorte e são cobertos de benevolência.Os cinco componentes da vida expressam-se de diferentes modos de acordo com suas dez condições. Ao mesmo tempo, os seres vivos mostram distinções de acordo com seu ambiente. Assim, enquanto o princípio dos cinco componentes analisa o ser vivo em suas funções físicas e psíquicas constituintes, o princípio do ambiente do ser vivo (kokudo seken) o considera um indivíduo integrado capaz de interagir com seu ambiente. O princípio do ambiente dos seres vivos (shujo seken) pode também ser interpretado no plural, para indicar todos os outros seres vivos com quem o indivíduo se relaciona, ou seja, o ambiente social. Nesse sentido, o princípio dos seres vivos aponta para a verdade de que vivemos num estado de permanente inter-relação e dependência mútua com outros seres vivos. O princípio do ambiente natural significa o local onde os seres vivos habitam e do qual dependem para sua sobrevivência. Nele se incluem os seres insensíveis, como as montanhas, rios, plantas etc. Não somente os seres vivos mas sua terra possui inerentemente os dez estados. Entretanto, ela não tem condições de vida independente. De acordo com o princípio da unicidade da vida e seu ambiente, ela manifesta o estado de Inferno, Tranqüilidade, Bodhisattva etc. em resposta à condição de vida daqueles que nela habitam. A implicação mais significativa aqui é a de que se pode transformar o ambiente por meio da elevação do estado de vida. A iluminação não reside em qualquer princípio especial. Ao contrário, pela evidência de seu estado de Buda inato qualquer pessoa pode tornar seu ambiente na “terra do Buda”. Os três princípios da individualização servem também para explicar as diferenças entre os seres vivos. As diferenças mais básicas expressas nos três princípios são aquelas dos dez estados. Segundo o Grande Mestre Tient’ai, “uma terra deste mundo possui também os dez fatores”. O ambiente contém todos os dez fatores e cada um deles, por sua vez, é dotado dos dez estados e, assim, teoricamente, o ambiente pode manifestar o estado de Buda. Enfim, os três princípios estão inerentes em nossa vida. Portanto, quando abraçamos o Gohonzon e aprofundamos nossa fé, manifestamos o estado de Buda em nossa existência individual. Os três princípios da individualização da vida apareceram pela primeira vez no Daitido Ron de Nagarjuna, porém quem os desenvolveu como um componente do princípio de itinen sanzen (três mil mundos em uma existência momentânea da vida) foi Tient’ai. De acordo com esse princípio, cada um dos cem mundos decorrentes da possessão mútua dos dez estados contém os dez fatores e, por meio dos três princípios da individualização, chega-se aos três mil mundos.
segunda-feira, 9 de março de 2015
Matéria do dia 12/03/2015 - Três Princípios da Individualização da Vida (sanseken)
A vida manifesta seus diferentes aspectos e revela seu caráter distinto no mundo real. Todas as formas de vida têm qualidades individuais e únicas. Os três princípios da individualização da vida (sanseken) constituem-se nos cinco componentes da vida (go’on seken), no ambiente dos seres vivos ou ambiente social (shujo seken) e no ambiente natural (kokudo seken). Os seres vivos são indivíduos que manifestam a qualquer momento um dos dez estados. Os cincos componentes são os elementos constituintes que se unificam temporariamente para formar um ser vivo, e o ambiente é onde os seres vivos conduzem suas atividades. Podemos julgar os três princípios da individualização como as três dimensões do mundo fenomenal no qual os dez estados se manifestam. Os cincos componentes da vida são: 1) Forma (shiki): O aspecto físico da vida, o qual possui atributos como forma e cor. A forma também indica os órgãos sensoriais — olhos, ouvidos, nariz, língua e corpo — por meio dos quais percebemos o mundo exterior. 2) Percepção (ju): É a função de receber as informações externas por meio dos seis órgãos sensoriais (os cinco sentidos mais a “mente”, que integra as impressões sensoriais). 3) Concepção (so): Função pela qual a vida compreende e elabora idéias sobre aquilo que foi percebido. 4) Volição (gyo): É o desejo de agir com relação àquilo que foi percebido e sobre o qual foi concebida uma idéia. 5) Consciência (shiki): É a função de discernir, fazer avaliações, distinguir o bem do mal etc. Ao mesmo tempo, age para apoiar e integrar as demais quatro funções. Em termos dos aspectos físicos da vida, a “forma” corresponde ao aspecto físico e os outros quatro, aos aspectos espirituais. Entretanto, uma vez que o corpo e a mente são inseparáveis, os cincos componentes devem ser compreendidos como um todo. As diferenças dos dez estados manifestam-se em cada um dos cincos componentes. Uma pessoa no estado de Inferno perceberá e reagirá a um certo fenômeno de uma forma absolutamente diferente do que faria no estado de Buda. O carma que ela cria também será diferente. Assim, as ações dos cinco componentes são coloridas pelo carma individual formado em sucessivas existências e também agem para acumular mais carma. “On”, de go’on, traduzido como “componentes”, significa “acumular” e “obscuro ou véu”. Nos estados não iluminados da vida, os cincos componentes agem para “acumular” sofrimento e “obscurecer” a natureza de Buda. Quando baseados no estado de Buda, agem para acumular boa sorte e são cobertos de benevolência.Os cinco componentes da vida expressam-se de diferentes modos de acordo com suas dez condições. Ao mesmo tempo, os seres vivos mostram distinções de acordo com seu ambiente. Assim, enquanto o princípio dos cinco componentes analisa o ser vivo em suas funções físicas e psíquicas constituintes, o princípio do ambiente do ser vivo (kokudo seken) o considera um indivíduo integrado capaz de interagir com seu ambiente. O princípio do ambiente dos seres vivos (shujo seken) pode também ser interpretado no plural, para indicar todos os outros seres vivos com quem o indivíduo se relaciona, ou seja, o ambiente social. Nesse sentido, o princípio dos seres vivos aponta para a verdade de que vivemos num estado de permanente inter-relação e dependência mútua com outros seres vivos. O princípio do ambiente natural significa o local onde os seres vivos habitam e do qual dependem para sua sobrevivência. Nele se incluem os seres insensíveis, como as montanhas, rios, plantas etc. Não somente os seres vivos mas sua terra possui inerentemente os dez estados. Entretanto, ela não tem condições de vida independente. De acordo com o princípio da unicidade da vida e seu ambiente, ela manifesta o estado de Inferno, Tranqüilidade, Bodhisattva etc. em resposta à condição de vida daqueles que nela habitam. A implicação mais significativa aqui é a de que se pode transformar o ambiente por meio da elevação do estado de vida. A iluminação não reside em qualquer princípio especial. Ao contrário, pela evidência de seu estado de Buda inato qualquer pessoa pode tornar seu ambiente na “terra do Buda”. Os três princípios da individualização servem também para explicar as diferenças entre os seres vivos. As diferenças mais básicas expressas nos três princípios são aquelas dos dez estados. Segundo o Grande Mestre Tient’ai, “uma terra deste mundo possui também os dez fatores”. O ambiente contém todos os dez fatores e cada um deles, por sua vez, é dotado dos dez estados e, assim, teoricamente, o ambiente pode manifestar o estado de Buda. Enfim, os três princípios estão inerentes em nossa vida. Portanto, quando abraçamos o Gohonzon e aprofundamos nossa fé, manifestamos o estado de Buda em nossa existência individual. Os três princípios da individualização da vida apareceram pela primeira vez no Daitido Ron de Nagarjuna, porém quem os desenvolveu como um componente do princípio de itinen sanzen (três mil mundos em uma existência momentânea da vida) foi Tient’ai. De acordo com esse princípio, cada um dos cem mundos decorrentes da possessão mútua dos dez estados contém os dez fatores e, por meio dos três princípios da individualização, chega-se aos três mil mundos.
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