Esclarecimentos adicionais sobre o diagrama
do Gohonzon transcrito por Nitikan Shonin
A numeração
dos ítens a seguir corresponde a cada termo do diagrama em anexo. Alguns dos
nomes de deuses budistas incluem palavras como Dai e Tenno. Dai é um termo
honorífico que significa "grande", e tenno corresponde a "deus
celestial". A palavra namu é acrescentada a alguns nomes como um
indicativo de respeito.
1.
Nam-myoho-rengue-kyo: A Lei Última que rege todos os fenômenos no Universo. O fator mais
importante do budismo de Nitiren Daishonin. Expressa a verdadeira entidade da
vida que permite às pessoas manifestarem diretamente a condição iluminada. O
seu significado literal é: Nam (devoção), a ação de praticar o budismo; myoho
(Lei Mística), a entidade do Universo e suas manifestações fenomenais; rengue
(flor de lótus, cujas flores e sementes aparecem simultaneamente), a
simultaneidade de causa e efeito; kyo (sutra, a voz ou ensino de um Buda),
todos os fenômenos. A invocação de Nam-myoho-rengue-kyo foi estabelecida por
Nitiren Daishonin em 28 de abril de 1253, no templo Seitioji, na província de
Awa, Japão.
2.
Nitiren (1222-1282): O fundador do Budismo na qual a SGI baseia suas atividades. Ele
inscreveu o verdadeiro objeto de adoração, o Gohonzon, para a observação da
mente e estabeleceu a invocação do Nam-myoho-rengue-kyo como a prática
universal para atingir a iluminação. Daishonin é um título honorífico que
significa ‘grande sábio’. Ele nasceu em 16 de fevereiro de 1222, na pequena
vila pesqueira de Kominato na província de Awa (atual província de Chiba), no
Japão. Em suas escrituras, ele declara que a inscrição do Gohonzon "é a
razão do meu advento neste mundo"(END, vol.1, pág.347)
3.
Zai gohan: Literalmente, zai significa ‘existir’; go é um prefixo honorífico
e, neste caso, indica o de Nitiren Daishonin; han corresponde ao selo pessoal.
Afirma-se que Nitiren Daishonin instruiu aqueles que inscrevem o Gohonzon a
colocar a palavra gohan abaixo de seu nome.
4.
Dai Bishamon-tenno (Grande Rei Celestial Vaishravana): Um dos Quatro Reis Celestiais,
que consta no Sutra de Lótus e promete proteger aqueles que abraçam o sutra.
Ele vive na metade inferior do lado norte do Monte Sumeru e o protetor do
quadrante norte, acompanhado pelas duas classes de demônios chamados yaksha
(yasha, em japonês) e rakshasa (rasetsu). Bishamon é uma transliteração do
sânscrito Vaishravana. Afirma-se que esse deus sempre protége o local onde o
Buda prega e ouve os seus ensinos. No vigésimo-sexto capítulo do Sutra de Lótus
ele jura proteger os devotos do sutra.
5.
U kuyo sha fuku ka jugo: "Aqueles que fazem oferecimentos
acumularão boa sorte superior a dos dez títulos honoríficos (do Buda)". Os
dez títulos honoríficos que expressam o poder, a sabedoria, a virtude e a
benevolência do Buda são:
a.
"Aquele
que chegou à verdade" (Nyorai): O Buda incorpora a verdade fundamental de
todos os fenômenos e compreende a lei da causalidade que permeia o passado, o
presente e o futuro.
b.
"Digno
de oferecimentos"(Ogu): Aquele que é qualificado a receber oferecimentos
de seres humanos e das divindades celestiais.
c.
"Possuidor
da sabedoria perfeita e universal" (Shohenti): Aquele que compreende todos
os fenômenos correta e perfeitamente.
d.
"Possuidor
de conduta e lucidez perfeitas" (Myogyosoku): Aquele que compreende a
eternidade do passado, presente e futuro e que age em benefício das pessoas.
e.
"Aquele
que foi para o mundo da iluminação" (Zenzei).
f.
"Aquele
que compreende o mundo" (Sekengue): Aquele que domina todas as questões
seculares e religiosas por meio da sua compreensão da lei de causalidade.
g.
"O
insuperável" (Mujoji): Aquele que se mantém supremo perante todos os
seres.
h.
"Líder
do povo" (Jogojobu): Aquele que instrui e conduz todas as pessoas à
iluminação.
i.
"Mestre
dos deuses e dos humanos" (Tenninshi): Um mestre capaz de conduzir todos
os seres humanos e divindades celestiais.
j.
"Buda,
o Honrado pelo Mundo" (Butsu-seson): Aquele que despertou, que é dotado
com perfeita sabedoria e virtude e que conquista o respeito de todas as
pessoas.
6.
Namu Anryugyo Bosatsu (Bodhisattva das Práticas Firmemente
Estabelecidas): Um dos
quatro líderes dos Bodhisattvas da Terra. Ele aparece no décimo-quinto capítulo
do Sutra de Lótus. De acordo com o Hokke Mongu Fusho Ki (Suplemento das
Palavras e Frases do Sutra de Lótus) de Tao-hsien, os quatro bodhisattvas
representam as quatro virtudes do Buda: verdadeira identidade, eternidade,
pureza e felicidade. O Bodhisattva Anryugyo representa a felicidade, o
inabalável estado de vida repleto de alegria.
7.
Namu Jyogyo Bosatsu (Bodhisattva de Práticas Puras): Um dos quatro líderes dos
Bodhisattvas da Terra. Ele aparece no décimo-quinto capítulo do Sutra de Lótus.
O Bodhisattva Jyogyo representa a pureza, o puro estado de vida que nunca é
influenciado pelas circunstâncias.
8.
Namu Shakamuni-butsu (Buda Sakyamuni): O primeiro buda registrado
historicamente e o fundador do budismo, nascido há aproximadamente 2.500 anos.
Era filho de Shuddhodana, rei dos Sakyas, uma pequena tribo cujo reino
localizava-se em uma região no sopé das montanhas do sul do Himalaia, onde hoje
encontra-se o Nepal. Sakya de Sakyamuni deriva-se do nome dessa tribo e muni
significa ‘sábio’ ou ‘sagrado’. Seu sobrenome era Gautama (Melhor Vaca) e seu
nome, Siddharta (Desejo Satisfeito ou Meta Atingida), apesar de alguns
estudiosos afirmarem que se trata de um título concedido a ele posteriormente
por seguidores budistas em louvor à iluminação que ele atingiu. Durante
cinquenta anos ele expôs vários sutras (ensinos), culminando com o Sutra de
Lótus, que ele declarou como sendo seu ensino absoluto. O Sutra de Lótus
oferece a base teórica para o Gohonzon.
9.
Namu Taho Nyorai (Budas de Muitos Tesouros): Um buda que aparece na Cerimônia
do Ar, sentado no interior da Torre de Tesouro, para testemunhar a veracidade
dos ensinos do Sutra de Lótus de Sakyamuni. De acordo com o décimo-primeiro
capítulo do Sutra de Lótus, o Buda Taho vivia no Mundo da Pureza dos Tesouros,
na parte oriental do Universo. Enquanto ainda se engajava na prática de
Bodhisattva, ele prometeu que, mesmo depois de entrar no nirvana, iria aparecer
na Torre de Tesouro, e que iria atestar a veracidade do Sutra de Lótus onde
quer que alguém o pregasse. No décimo-primeiro capítulo, Sakyamuni reúne todos
os budas do Universo. Ele abre a Torre de Tesouro e, a convite de Taho,
senta-se ao seu lado. Tientai interpreta Taho e Sakyamuni sentado lado a lado
na Torre de Tesouro como a fusão da realidade e da sabedoria (kyoti myogo),
sendo que Taho representa a realidade objetiva ou verdade fundamental, e
Sakyamuni, a sabedoria subjetiva para compreender essa realidade. O Buda Taho
também representa a propriedade da Lei, o Buda Sakyamuni, a propriedade da
sabedoria, e os budas de todo o Universo, a propriedade da ação; juntos eles
representam as "três propriedades". Nitiren Daishonin usa essas
interpretações de Tientai e declara ainda na escritura ‘A Herança da Lei Última
da Vida’ que Sakyamuni e Taho representam, respectivamente, a vida e a morte,
as duas fases da entidade da vida.
10.
Namu Jogyo Bosatsu (Bodhisattva de Práticas Superiores): Um dos quatro bodhisattva e líder
dos Bodhisattvas da Terra. Ele aparece no décimo-quinto capítulo do Sutra de
Lótus. De acordo com o Hokke Mongu Fusho Ki (Suplemento das Palavras e Frases
do Sutra de Lótus) de Tao-hsien, os quatro bodhisattvas representam as quatro virtudes
do Buda: verdadeira identidade, eternidade, pureza e felicidade. Jogyo
representa a virtude da verdadeira identidade. Nitiren Daishonin interpreta o
Bodhisattva Jogyo como a figura provisória ou efêmera do Buda Original de Kuon
Ganjo projetada na Cerimônia do Ar.
11.
Namu Muhengyo Bosatsu (Bodhisattva de Práticas Infinitas): Um dos quatro bodhisattvas que
lideram os Bodhisattvas da Terra. Muhengyo significa literalmente ‘sem
limites’e representa a eternidade, uma das quatro virtudes da vida do Buda.
12.
Nyaku noran sha zu ha shitibun: ‘Aqueles que atormentam a
prejudicam (os praticantes da Lei) terão a cabeça partida em sete pedaços’. Uma
analogia para o fato de que as causas negativas contra a Lei Mística produzem
efeitos prejudiciais na vida de uma pessoa.
13.
Dai
Jikoku-tenno (Grande Rei Celestial Defensor da Nação): Um dos Quatro Reis
Celestiais que vive na metade inferior do lado leste do Monte Sumeru e que é o
protetor do quadrante leste. No vigésimo-sexto capítulo do Sutra de Lótus, ele
promete proteger aqueles que abraçam o sutra.
14.
Aizen-myo’o (Rei da Sabedoria e do Desejo Insaciável): Uma divindade budista, que,
acredita-se, purifica os desejos mundanos das pessoas e as livra das ilusões e
dos sofrimentos derivados dos desejos mundanos. Nos ensinos esotéricos, sua
verdadeira identidade é considerada como Buda Dainiti (Mahavairochana, em
sânscrito) ou Kongosattva (Vajrasattva, em sânscrito). Seu nome aparece
inscrito no Gohonzon em siddham, ortografia sânscrita medieval, à esquerda,
significando o princípio de ‘desejos mundanos são a própria iluminação’.
15.
Dai Myojo-tenno (Grande Rei Celestial das Estrelas, ou o deus das
estrelas): Uma
divindade das estrelas na mitologia indiana, incorporada no budismo como um dos
doze deuses.
16.
Dai Gattenno (Grande Rei Celestial da Lua, ou o deus da lua): Uma divindade da lua na mitologia
indiana, incorporada no budismo como um dos doze deuses.
17.
Taishaku-tenno (Grande Rei Celestial Shakra, também conhecido como
Rei Celestial Indra): Um dos principais deuses protetores budistas, juntamente com
Bonten. Ele também é um dos doze deuses que protegem o mundo. Originalmente o
deus do trovão na mitologia indiana, foi incorporado posteriormente no budismo
como uma divindade protetora. Ele habita um palácio chamado Visões Corretas ou
Alegria de Contemplar o Céu Trayastrimsha sobre o pico do Monte Sumeru e,
servido pelos Quatro Rei Celestiais, governa os outros trinta e dois deuses
desse céu. Afirma-se, que enquanto Sakyamuni encontrava-se engajado na prática
de bodhisattva, Taishaku assumiu várias formas para testar a sua determinação.
De acordo com o primeiro capítulo do Sutra de Lótus, ele juntou-se à assembléia
no Pico da Águia, acompanhado de 20 mil guardiães.
18.
Dai Bontenno (Grande Rei Celestial Brahma): Um deus que vive no primeiro dos quatro
céus da meditação no mundo da forma acima do Monte Sumeru e que rege o mundo
saha. Na mitologia indiana, ele era considerado como a personificação do
princípio universal fundamental, e no budismo foi adotado como um dos dois
principais deuses protetores, juntamente com Taishaku.
19.
Dai Rokuten no Mao (Rei Demônio do Sexto Céu): Muito demônios aparecem nas
escrituras indianas e budistas, sendo o Demônio do Sexto Céu, o mais poderoso e
terrível deles. Ele é tido como o rei dos demônios que vive no mais alto dos
seis céus do mundo do desejo e regozija-se em manipular os outros para realizar
o seu desejo. É considerado um símbolo de sede pelo poder. Também é chamado de
Takejizaiten, o rei que faz livre uso dos frutos dos esforços das pessoas para
o seu próprio prazer. É atendido por inúmeros servos que trabalham para
obstruir a prática budista e regozijam-se em roubar a energia vital de outros
seres. Ele corresponde ao último dos ‘três obstáculos e quatro maldades’.
Nitiren Daishonin interpreta esse demônio como a manifestação da escuridão
fundamental inerente à vida. Particularmente no budismo, os demônios são
interpretados como funções que operam para impedir as pessoas de realizar a
prática budista.
20.
Dai Nittenno (Grande Rei Celestial do Sol, ou deus do sol): A divindade do sol, adotada no
budismo como um deus protetor. Afirma-se ser ele um subordinado de Taishaku.
21.
Fudo-myo’o (Rei da Sabedoria Inalterável): Uma divindade protetora que
ajuda os praticantes a derrotar os obstáculos e maldades que tentam impedir a
prática budista. Afirma-se que ele entra em uma meditação que emite chamas,
durante a qual ele transpira chamas que destróem todos os impedimentos
cármicos. Pelo fato de jamais sucumbir aos obstáculos, é chamado Fudo
(Inalterável). É popularmente retratado como uma figura de aspecto bravio
cercada por chamas, empunhando uma espada e uma corda. Ele representa o
princípio de "os sofrimentos de nascimento e morte são nirvana"
(shoji soku nehan, em japonês).
22.
Hati Dairyuo (Oito Grandes Reis Dragões): Reis dos dragões que,
acredita-se, habitam o fundo do mar. Oito reis-dragões, cada um com seus
seguidores, que se reuniram na cerimônia do Pico da Águia para ouvir sobre o
Sutra de Lótus. De acordo com o Sutra Kairyuo (Sutra do Rei-Dragão do Mar), os
dragões são comumente devorados por seus inimigos naturais, os pássaros
gigantes chamados garudas.
23.
Dengyo Daishi (Grande Mestre Dengyo): O fundador da seita Tendai no
Japão. Ele também é chamado de Saityo. Aos doze anos ingressou na Ordem Budista
e estudou sob os cuidados de Gyohyo em um templo provinciano em Omi. Em abril
de 785, ordenou-se no templo Todaiji, recebendo os 250 preceitos. Em junho do
mesmo ano foi para o Monte Hiei e construiu um pequeno retiro onde devotou-se
ao estudo das escrituras e tratados budistas, especialmente os da escola
Tientai. Em 804, Dengyo foi para China da dinastia Tang acompanhado por seu
discípulo Guishin. Na China, ele estudou o budismo de Tientai sob a instrução
do discípulo de Miao-lo, Tao-sui, que mantinha o templo Lung-hsing-su. Mais
tarde, Dengyo dirigiu-se para o Monte Tientai onde estudou sob instrução de
Hsing-man, outro discípulo de Miao-lo. Em 805, retornou ao Japão e no ano
seguinte estabeleceu a seita Tendai. Naquela época, todos os clérigos eram
ordenados exclusivamente pelos preceitos Theravada. Dengyo empenhou-se
continuamente para obter a permissão imperial para a construção de um centro de
ordenação Mahayana no Monte Hiei, apesar da forte oposição das seitas antigas
de Nara. A permissão foi finalmente concedida uma semana depois de seu
falecimento, e em 827, o centro de ordenação foi concluído por seu sucessor
Guishin. Além desse projeto, após o seu retorno ao Japão, Dengyo concentrou
seus esforços para refutar as interpretações das seitas budistas mais antigas.
Em particular, seu debate com Tokuiti, um sacerdote da seita Hosso, é muito
famoso. Esse debate começou no início da era Konin (810-824). Tokuiti dizia que
o ensino do veículo único do Sutra de Lótus era um ensino provisório exposto
pelo Buda Sakyamuni de acordo com a capacidade das pessoas, ao passo que os
ensinos dos três veículos eram ensinos verdadeiros, e que havia algumas pessoas
que não tinham o potencial para atingir o estado de buda. Em oposição a esta
afirmação, Dengyo defendia que todas as pessoas tinham a natureza de Buda e que
o supremo veículo do estado de Buda exposto no Sutra de Lótus é o verdadeiro
ensino. Ele foi a figura principal na defesa da legitimidade do Sutra de Lótus
nos Médios Dias da Lei.
24.
Jurasetsunyo (Dez Filhas do Demônio Feminino): Rakshasi, em sânscrito. As dez
filhas demônios de Kishimojin. Elas são Ramba (Lamba), Biramba (Vilamba),
Kokushi (Kutadanti), Keshi (Pushpadanti), Kokushi (Makutadanti), Tahotsu
(Keshini), Muenzoku (Achala), Jiyoraku (Maladhari), Kodai (Kunti) e Datsu
Issaishujo Shoke (Sarvasattvojohari). No décimo-sexto capítulo do Sutra de
Lótus, elas juram proteger os devotos do Sutra de Lótus.
25.
Kishimojin (Mãe das crianças-demônios): Hariti, em sânscrito. Uma demônio
feminino que era filha de um demônio yaksha, em Rajagriha, Índia. Ela tinha 500
filhos (algumas fontes alegam 1.000 or 10.000). De acordo com o Sutra Kishimo
(Sutra de Kishimojin) e a obra Binaya Zoji (As Regras Monásticas com Respeito a
Diversas Questões), ela matava as crianças de outras pessoas para alimentar seus
filhos, e a população apavorada implorou pela ajuda do Buda. Logo, o Buda
escondeu a filha caçula de Kishimojin, Binkara. Ela o procurou por todo o mundo
durante sete dias, mas sem sucesso. Desesperada, ela perguntou ao Buda, onde o
seu filho estava. Sakyamuni repreendeu-a pela sua conduta malévola e a fez
prometer nunca mais matar nenhuma criança. Assim, ele devolveu Binkara. Na
Índia, Kishimojin é reverenciada como uma deusa protetora das crianças e para
um parto sem problemas. Posteriormente, a crença nesta deusa se propagou ao
Japão. No décimo-sexto capítulo do Sutra de Lótus, ela e suas dez filhas juram
diante do Buda em proteger os devotos do Sutra de Lótus.
26.
Tendai Daishi (Grande Mestre Tientai): Também chamado, Chih-i. O
fundador da escola chinesa Tientai, sendo que o seu nome e título representam o
Monte Tientai, local onde viveu. Tientai refutou as classificações das
escrituras budistas formuladas pelas dez maiores escolas budistas da época, na
qual tinham como base principal o Sutra Kegon (O Sutra da Flor de Grinalda) ou
o Sutra Nirvana, e estabeleceu a classificação de "cinco períodos e oito
ensinos", estabelecendo a supremacia do Sutra de Lótus. Ela também expôs a
teoria do Itinen Sanzen (Um único instante possui os três mil mundos). Devido
Tientai ter sistematizado tanto a doutrina como o método de prática, ele é
reverenciado como o fundador desta escola. Podemos dizer que se o Sutra de
Lótus de Sakyamuni forneceu a base teórica para o estabelecimento do Gohonzon,
a teoria de Itinen Sanzen exposta por Tientai pode ser comparada a planta para
que Nitiren Daishonin estabelecesse o Gohonzon.
27.
Dai Zojo-tenno (Grande Rei Celestial da Ascenção e do Progresso): Virudhaka, em sânscrito. Um dos
Quatro Reis Celestiais. Ele vive na parte do sul do Monte Sumeru e o protetor
do quadrante sul.
28.
Hatiman Dai Bosatsu (Grande Bodhisattva Hatiman): Uma das principais divindades da
mitologia japonesa, junto com Tensho Daijin (a Deusa do Sol). Há diversas
teorias em como ele deve ser reverenciado. De acordo com uma explanação, no
reino do vigésimo-nono Imperador, Kimmei, o deus Hatiman surgiu como um
forjador na região sul do Japão, e declarou que numa existência passada, ele
havia sido o Imperador Ojin, o décimo-quinto do Japão. Por ser um mestre na
forja, sua ajuda foi solicitada quando a grande imagem de Vairochona foi
estabelecida no templo Todai-ji, em Nara. E a partir desta época, Hatiman veio
gradativamente sendo associado com o Budismo. Anteriormente, na era Heian
(794-1185), a corte imperial nomeou-o como um grande Bodhisattva, uma exemplo
da fusão dos elementos xintoístas e budistas no primórdios da civilização
japonesa. Em suas escrituras, Nitiren Daishonin classifica Hatiman como a
personificação da função da natureza que promove a fertilidade dos campos cujos
habitantes abraçam a Lei.
29.
Kore o shosha shi tatematsuru: Eu respeitosamente transcrevi
isto. Eu, geralmente se refere ao Sumo-Prelado que transcreveu o Gohonzon.
30.
Nitikan (1665-1726): O vigésimo-sexto Sumo-Prelado, que é reverenciado como um
restaurador do Budismo de Nitiren Daishonin, junto com Nitiu Shonin, o nono
Sumo-Prelado. Ele trabalhou incessantemente com o objetivo de clarificar os
ensinos de Nitiren Daishonin, em uma época na qual inúmeros erros e
interpretações equivocadas haviam se propagado. Nitikan Shonin escreveu
exegeses sobre as cinco maiores obras de Daishonin, asssim como de outras
escrituras. Sua obra Rokkan Sho (Escritos em Seis Volumes), estabelece
distinções sobre a correta interpretação dos ensinos de Daishonin em comparação
a outras visões existentes na época.
31.
Tensho-daijin: A Deusa do Sol na mitologia japonesa, que foi posteriormente
incorporada como uma deusa protetora budista. De acordo com narrações antigas,
o Kojiki (Manuscrito sobre Questões Antigas) e do Nihon Shoki (Crônicas do
Japão), ela era uma divindade superior e também a genitora do clã imperial. Em
muitas de suas escrituras, Nitiren Daishonin compara Tensho Daijin como uma
personificação das circunstâncias que protegem a prosperidade dos povos que
mantém a fé na Lei Mística.
32.
Butsumetsugo ni-sen ni-hyaku san-ju yo nen no aida itienbudai no
uti mizou no daimandara nari: Nunca, nos 2.230 anos desde o falecimento do Buda, este grande
mandala apareceu no mundo.
33.
Dai Komoku-tenno (Grande Rei Celestial de Ampla Visão): Virupaksha, em sânscrito.
Ele vive no quadrante Oeste do Monte Sumeru e com a sua visão divina, consegue
discernir a maldade.
34.
Kyoho go-nen roku-gatsu ju-san-niti: O décimo terceiro dia do sexto
mês no quinto ano de Kyoho (1720), signo cíclico kanoe-ne. A data cujo Gohonzon
original foi transcrito. O signo cíclino refere-se a um dos sessenta signos
existentes, que tem como base os doze sigos do zodíaco chinês. Kanoe-ne
significa "Ano Yang (elemento) Meta e do Rato", o trigésimo-sétimo
ano do sexágesimo ano do calendário cíclico.