quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Matéria Reunião dia 03/09/2015 - História da Soka Gakkai

História da Soka Gakkai
Edição 562 - Publicado em 13/Junho/2015 - Página 54
A Soka Gakkai surgiu com a missão de propagar mundialmente o Budismo de Nichiren Daishonin. Portanto, esta é uma organização que herdou a ordem e o desejo do buda Nichiren Daishonin de realizar a paz, visando ao bem-estar da humanidade. O ensinamento de Daishonin tornou-se conhecido em mais de 192 países e territórios por meio dos esforços da Soka Gakkai. A essência do Sutra do Lótus e do Budismo Nichiren encontra-se na crença de que todas as pessoas, sem exceção, possuem o estado de buda e podem manifestá-lo. É a filosofia que prega o humanismo e o respeito absoluto à dignidade da vida. As diversas atividades da Soka Gakkai têm o propósito de contribuir para o desenvolvimento da cultura humana e da paz mundial com base no ideal humanístico exposto por Nichiren Daishonin.

A época de Tsunesaburo Makiguchi
Tsunesaburo Makiguchi nasceu em 6 de junho de 1871, na província de Niigata. Na adolescência, mudou-se sozinho para Hokkaido, norte do Japão, para trabalhar e manter seus estudos. Aos 18 anos, matriculou-se na Escola Normal de Hokkaido (atual Faculdade de Pedagogia de Hokkaido). Após a formatura, atuou como professor de ensino fundamental.
Como gostava de estudar geografia, Makiguchi escreveu sua primeira obra sob o título Jinsei Chirigaku (Geografia da Vida Humana). Ele se mudou para Tóquio, em 1901, com o objetivo de publicá-la, o que aconteceu dois anos depois. Em Tóquio, exerceu a função de diretor em diversas escolas de ensino fundamental.
Seu discípulo, Josei Toda, nasceu em 11 de fevereiro de 1900, na província de Ishikawa. Por volta de 1902, sua família migrou para a Vila Atsu­ta, em Hokkaido. Toda trilhou pelo caminho da educação e tornou-se professor de ensino fundamental.
Em 1920, ele deixou a Vila Atsuta e foi para Tóquio onde foi contratado como professor substituto na Escola de Ensino Fundamental Nishimachi. Nessa escola, Josei Toda conheceu Tsunesaburo Makiguchi, diretor da instituição e, pouco tempo depois, percebendo a grandiosidade de Makiguchi, tornou-se seu discípulo.
Em meio à atuação na área educacional, Makiguchi procurava uma religião para ser a base da sua vida. Em 1928, converteu-se ao Budismo de Nichiren Daishonin, sendo acompanhado por Josei Toda.
A fundação da Soka Kyoiku Gakkai
O professor Makiguchi acumulou vasta experiência na área da educação. Como resultado, escreveu Soka Kyoikugaku Taikei (Teoria do Sistema Pedagógico de Criação de Valor), na qual consta o nome Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de Valor). A obra foi editada por Josei Toda. Por esse motivo, a data de sua publicação, 18 de novembro de 1930, é considerada o dia da fundação da Soka Gakkai (sucessora da Soka Kyoiku Gakkai).
A Soka Kyoiku Gakkai foi estruturada de forma gradativa e começou a atuar efetivamente em 1937 com educadores que simpatizavam com o sistema pedagógico Soka (criação de valor). Mais tarde, passou a ser composta por pessoas de outras áreas e se tornou uma organização de leigos praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin.
Nessa época, a Nichiren Shoshu, com sede no Taiseki-ji (templo principal), era uma pequena entidade religiosa formada por clérigos cujos adeptos compunham uma espécie de paróquia em torno de templos locais e recebiam orientação de seus priores. No entanto, desde a fundação, a Soka Kyoiku Gakkai estabeleceu-se como instituição independente da Nichiren Shoshu. Em torno do presidente Makiguchi e do diretor geral Josei Toda, a organização permaneceu como entidade leiga autônoma e seus integrantes receberam orientações sobre a prática do budismo por intermédio de sua liderança, sem se subordinar ao clero da Nichiren Shoshu.
A prática religiosa desenvolvida na Soka Kyoiku Gakkai objetivava a conquista da felicidade absoluta na vida diária, incentivando os membros a se fortalecer na fé e na prática e atuar pela paz e prosperidade social, sem se prender a rituais religiosos nos templos ou nas ocasiões de casamentos e funerais. Portanto, promoveu a mais correta forma de prática religiosa baseada no espírito original do Budismo de Nichiren Daishonin.
Por meio de reuniões de palestra e de campanhas de shakubuku por todo o Japão, a organização foi se desenvolvendo e chegou a alcançar cerca de 3 mil membros.
A imposição do regime militar japonês
O governo militar japonês, que se inclinava para a expansão da guerra, adotou o xintoísmo como religião oficial e como suporte espiritual da nação. Quando começou a Segunda Guerra Mundial, o governo impôs a unificação das religiões e a adoração do talismã xintoísta.
Em junho de 1943, o clero da Nichiren Shoshu, temendo a repressão do governo militar, instruiu a Soka Kyoiku Gakkai a aceitar o talismã xintoísta. Essa atitude era uma heresia que contrariava os ensinamentos de Nichiren Daishonin. A organização rejeitou a ideia de aceitar o talismã xintoísta, mantendo-se fiel aos ensinamentos budistas. Como consequência, em 6 de julho do mesmo ano, Tsunesaburo Makiguchi, Josei Toda e mais 21 líderes da Soka Kyoiku Gakkai foram presos. Diante do rigor dos interrogatórios, somente Makiguchi e o professor Toda mantiveram-se firmes às suas convicções, enquanto os demais abandonaram a fé.
A percepção alcançada na prisão
Na prisão, Josei Toda empenhou-se na recitação do daimoku e na leitura do Sutra do Lótus, chegando à percepção de que “Buda é a própria vida”. Ele entendeu também que era um bodisatva da terra que participara da Cerimônia no Ar, descrita no Sutra do Lótus. Essa percepção ocorreu em novembro de 1944.
Na mesma época, o presidente Makiguchi apresentou um quadro de desnutrição grave em virtude da idade avançada. Assim, em 18 de novembro, data de fundação da Soka Gakkai, Makiguchi faleceu como um mártir aos 73 anos na prisão, em Tóquio. Foi uma nobre existência de ações concretas de “não poupar a própria vida”, conforme consta no Gosho. Pioneiro de seus dias, ele reviveu o espírito do buda Nichiren Daishonin de propagar a Lei Mística e salvar o povo do sofrimento, realizando o shakubuku.
Com a percepção alcançada na prisão, Josei Toda criou inabalável convicção no Budismo de Nichiren Daishonin e a plena consciência da missão como líder do kosen-rufu. O despertar de Josei Toda tornou-se o ponto primordial do progresso da organização do pós-guerra.
Durante uma cerimônia em memória de Makiguchi, o professor Toda disse: “Com sua vasta e ilimitada benevolência, o senhor permitiu-me acompanhá-lo até mesmo na prisão. Graças a isso, li com minha própria vida a passagem do Sutra do Lótus: ‘As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres’. Como resultado desse benefício, entendi o verdadeiro significado do ensinamento dos bodisatvas da terra e, ainda que fosse uma pequena parte, compreendi o significado do Sutra do Lótus com minha vida. Poderia existir felicidade maior que esta?”.
A frase “As pessoas que ouviram a Lei habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres” é uma passagem do capítulo 7 do Sutra do Lótus, “Parábola da Cidade Imaginária”. Ela descreve o eterno laço de mestre e discípulo, que nascem sempre juntos em quaisquer das terras do Buda para se empenhar pela felicidade das pessoas.
Enquanto os outros se afastavam da fé, o professor Toda expressava o sincero sentimento de agradecer a seu mestre Makiguchi, demonstrando o profundo laço de mestre e discípulo existente entre ambos.
A época de Josei Toda
Libertado da prisão em 3 de julho de 1945, Josei Toda iniciou imediatamente a reconstrução da organização. Em março de 1946, alterou o nome Soka Kyoiku Gakkai para Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valor) com o propósito de atuar em prol da paz mundial e da felicidade da humanidade, transcendendo o objetivo inicial de promover a reforma educacional.
Ao reencontrar alguns membros, o professor Toda retomou também a realização de reuniões de palestra e de campanhas de shakubuku em várias localidades do interior do Japão.
O encontro com o verdadeiro discípulo
Em meio à reconstrução da Soka Gakkai, Josei Toda conhece um jovem que se tornaria seu fiel discípulo e mudaria a história do kosen-rufu mundial.
Era o jovem Daisaku Ikeda, que nasceu no bairro de Ota, em Tóquio, no dia 2 de janeiro de 1928. Quando estava com 13 anos, teve início a Segunda Guerra Mundial e seus quatro irmãos mais velhos foram convocados para as frentes de batalha. Ele foi trabalhar numa indústria de armamentos para ajudar no sustento da família. Porém, vivia imerso no questionamento sobre a vida e a morte por sofrer de tuberculose. O jovem Ikeda vivenciou os horrores da guerra sob constantes ataques aéreos e sofreu com a tristeza de sua mãe diante da morte do filho mais velho no campo de batalha. Passada a guerra, estudou inúmeras obras literárias e filosóficas em busca de uma visão correta da vida.
Nessas circunstâncias, o jovem Ikeda participou de uma reunião de palestra da Soka Gakkai no dia 14 de agosto de 1947, encontrando-se pela primeira vez com Josei Toda.
Naquele dia, o professor Toda explanou Estabelecer o Ensinamento Correto para a Pacificação da Terra. Ao término da explanação, o jovem fez uma série de perguntas: qual é o modo correto de vida? O que é ser um verdadeiro patriota? Qual é o significado do Nam-myoho-renge-kyo? Diante das respostas claras e coerentes de Josei Toda, o jovem sentiu que poderia confiar nele. Dez dias depois, em 24 de agosto, ele se converteu ao Budismo de Nichiren Daishonin.
A partir dessa data, o jovem, que na época frequentava o curso noturno do Instituto Educacional Taisei (predecessor da Faculdade Fuji de Tóquio), estudou o budismo, participando das explanações de seu mestre sobre o Sutra do Lótus. Em janeiro de 1949, foi trabalhar na editora do professor Toda.
Em razão da situação econômica caótica do pós-guerra, as empresas de Josei Toda faliram e ele renunciou ao cargo de diretor-geral da Soka Gakkai. Dentre os funcionários, somente o jovem Ikeda permaneceu ao lado dele. O discípulo deixou, inclusive, os estudos, para apoiar integralmente o mestre. Por isso, o professor Toda passou a ministrar-lhe aulas particulares sobre as mais variadas matérias com qualidade superior à de qualquer curso universitário. Ele denominou essa educação de Universidade Toda.
A posse do segundo presidente
Em 3 de maio de 1951, Josei Toda tomou posse como segundo presidente da Soka Gakkai e objetivou concretizar 750 mil conversões no Japão. Era um número quase impossível de ser alcançado, considerando que havia apenas 3 mil membros. O presidente Toda planejou diversas estratégias visando à ampliação do movimento em prol do kosen-rufu.
Uma dessas estratégias foi o início da publicação do jornal Seikyo Shimbun em 20 de abril de 1951. Nessa ocasião, ele começou a escrever a série do romance Revolução Humana.
O significado de “revolução humana” consiste na transformação da condição de vida de cada pessoa com base na prática da fé. O presidente Toda reavivou o Budismo de Nichiren Daishonin na época atual por meio da filosofia de vida inserida na “revolução humana”. Além disso, logo após sua posse, fundou as Divisões Feminina, Masculina de Jovens e Feminina de Jovens.
Sempre ao lado de seu mestre, em janeiro de 1952, o jovem Ikeda assumiu como secretário do Distrito Kamata. Sua missão era provocar uma grande onda de expansão que impulsionasse o ritmo da propagação em toda a Soka Gakkai. E assim aconteceu. Em fevereiro, o Distrito Kamata alcançou o inédito resultado de 201 shakubuku, rompendo todos os limites da campanha de propagação da época.
Paralelamente à expansão do Budismo, o presidente Toda publicou a obra Coletânea dos Escritos de Nichiren Daishonin (Nichiren Daishonin Gosho Zenshu), em 28 de abril de 1952, em comemoração dos 700 anos de fundação do Budismo de Nichiren Daishonin.
A manifestação da natureza maligna do poder
Em 1956, o jovem Ikeda desenvolveu ampla campanha de propagação na região de Kansai, atingindo no mês de maio o inédito resultado de 11.111 conversões no Distrito Osaka. Em julho daquele ano, como responsável pela campanha eleitoral em Osaka, alcançou uma vitória até então impossível.
A partir dessa conquista, a Soka Gakkai tornou-se o foco das atenções como uma organização influente na sociedade e, por isso, começou a sofrer pressões injustas por parte do governo. O jovem Daisaku Ikeda enfrentou de forma corajosa tais pressões com o propósito de proteger os membros da Soka Gakkai.
Em 3 de julho de 1957, o jovem Ikeda foi preso sob falsa acusação de fraude eleitoral. Durante duas semanas de interrogatório, ele foi submetido à ameaça de que, caso não assumisse a culpa, o presidente Toda seria preso. A fim de proteger seu mestre, que se encontrava com a saúde debilitada, o líder viu-se obrigado a assumir a responsabilidade e foi libertado no dia 17 de julho. O processo judicial do caso, conhecido como Incidente de Osaka, arrastou-se até 25 de janeiro de 1962, quando a justiça japonesa o declarou inocente.
Confiando a herança do kosen-rufu
Em 8 de setembro de 1957, Josei Toda proferiu a “Declaração pela Abolição das Armas Nucleares”, que se tornou a diretriz do movimento da Soka Gakkai em prol da paz. Na Declaração, ele condena o uso de armas nucleares considerando-as um “grande mal” que tira da humanidade o direito à vida.
Toda concluiu, em dezembro daquele ano, a maior realização de sua existência, concretizando mais de 750 mil shakubuku.
No dia 16 de março de 1958, foi realizada a cerimônia de transmissão do bastão do kosen-rufu a 6 mil membros da Divisão dos Jovens. Esse dia ficou conhecido como Dia do Kosen-rufu. Duas semanas depois, em 2 de abril, Josei Toda encerrou sua nobre existência aos 58 anos, tendo concluído todos os seus objetivos.
A época do presidente Ikeda
Com o falecimento de Josei Toda, o discípulo Daisaku Ikeda, aos 32 anos, tornou-se o líder da Soka Gakkai, assumindo como o terceiro presidente em 3 de maio de 1960.
Cinco meses depois, em 2 de outubro, ele marcou o primeiro passo para a propagação mundial do Budismo de Nichiren Daishonin, partindo em viagem para as Américas do Norte e do Sul. Em janeiro do ano seguinte, viajou para a Ásia e a Índia; e, em outubro, visitou a Europa. Iniciou assim a realização do kosen-rufu mundial e o retorno do budismo para o Oeste, conforme predito por Nichiren Daishonin.
Para realizar os objetivos traçados por Josei Toda, o presidente Ikeda expandiu o movimento em prol da paz, da cultura e da educação e fundou o Instituto de Filosofia Oriental, a Associação de Concertos Min-On, o Museu de Artes Fuji de Tóquio e o Sistema de Ensino Soka, desde a educação infantil até o ensino superior.
Em 8 de setembro de 1968, o presidente Ikeda apresentou uma proposta para reatar as relações diplomáticas sino-japonesas e, em 1972, dialogou com o renomado historiador Arnold Toynbee.
Numa época em que havia espessas barreiras criadas pela Guerra Fria, ele abriu caminhos de paz e amizade visitando e dialogando com os líderes da China, da antiga União Soviética e dos Estados Unidos.
Com a fundação da Soka Gakkai Internacional, em 26 de janeiro de 1975, na Ilha de Guam, ele foi indicado para ser o presidente. Em abril de 1979, ele se tornou presidente honorário da Soka Gakkai.
Homenagens e reconhecimentos
Desde 1983, anualmente, a cada 26 de janeiro, Dia da SGI, o Dr. Daisaku Ikeda encaminha à Organização das Nações Unidas (ONU) sua Proposta de Paz. Portanto, em 2015, o líder enviou sua 33ª Proposta de Paz à ONU. Os encontros com personalidades somam mais de 7 mil. As obras literárias na forma de diálogo com intelectuais do mundo alcançam cinquenta títulos. Em particular, o diálogo com o Dr. Arnold Toynbee já foi publicado em 27 idiomas, e recebeu a aprovação de um grande número de personalidades e de líderes mundiais. Além disso, o presidente Ikeda realizou até hoje mais de trinta palestras e conferências em renomadas universidades e entidades científicas.
Em 1995, foi aprovada a Carta da SGI, que estabelece os princípios filosóficos e humanísticos da organização. Em 1996, foi fundado o Instituto Toda para a Paz Global e Pesquisa Política cujo fundamento são os ideais do presidente Toda. E, em 2001, foi inaugurado o campus de Aliso Viejo da Universidade Soka da América, na Califórnia. No presente momento, o movimento em prol da paz, da cultura e da educação com base no Budismo Nichiren expandiu-se em escala mundial.
Hoje, o nome dos três primeiros presidentes é reconhecido em todo o mundo, na forma de denominação de logradouros públicos, bem como de homenagens e condecorações diversas. Atualmente, o presidente Ikeda recebeu mais de 25 condecorações estatais, cerca de trezentos títulos acadêmicos, mais de setecentos títulos de cidadania honorária e um grande número de diversas outras homenagens em reconhecimento à sua atuação em prol da paz, da cultura e da educação.
Em paralelo a esse desenvolvimento, em 1991, houve um incidente com o clero da Nichiren Shoshu que excomungou mais de 10 milhões de adeptos pertencentes à Soka Gakkai. Esse ato arbitrário foi considerado heresia por opor-se ao espírito do buda Nichiren Daishonin. Apesar de diversas tentativas de destruir a organização, a Soka Gakkai superou essa problemática e promoveu ampla campanha de propagação no mundo inteiro.
Na atualidade, os membros da SGI atuam em 192 países e territórios e têm comprovado a verdade do Budismo de Nichiren Daishonin em sua vida, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a formação de jovens como herdeiros do kosen-rufu e como discípulos do presidente Ikeda.
Por outro lado, com base no humanismo budista, os integrantes da SGI contribuem para a prosperidade social em seus respectivos paí­ses, promovendo diversos eventos nas áreas de cultura, educação, meio ambiente, os quais têm recebido o reconhecimento público. Dessa forma, por meio da atuação dos membros da SGI, o Budismo Nichiren tem se tornado uma luz de esperança para a humanidade.


Matéria Reunião dia 27/08/2015 - Energia Vital

A energia constitui o substrato básico do Universo.

Na física, energia é a propriedade de um sistema que lhe permite realizar um trabalho, podendo ser manifestada de várias formas (calorífica, cinética, elétrica, eletromagnética, mecânica, potencial, química, radiante) transformáveis umas nas outras. A energia não é criada, é transformada.
Esse infindável sistema de energia satura todas as coisas no Universo, animadas e inanimadas, envolvendo tudo num eterno processo de transformação, propagação e interação.
O budismo interpreta todo o Universo como uma única grande força vital e a chama de Nam-myoho-rengue-kyo — a Lei que rege e preserva a harmonia em todo o mundo fenomenal. Na obra Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa, o autor Daisaku Ikeda afirma: “No mais profundo interior de todos os seres, existe a primacial força que faz com que vivam. A mesma força suporta a matéria inorgânica no sistema de harmonias e ritmos da grande existência cósmica. No budismo, essa força total é denominada por muitos nomes, porém o mais apropriado é Myoho, a Lei Mística. Essa é a energia de que precisa toda vida, que cria e recria a existência, tanto a espiritual como a material.
“Quando essa força se manifesta no mundo físico, aparece como um sistema que governa o mundo inorgânico, que torna possível a composição química e que controla as pulsações do Universo. Em outras palavras, as leis da física, da química e da astronomia são simplesmente particulares manifestações fenomenológicas da Lei Mística do cosmo. Da mesma forma, a força vital cria o mundo do espírito, cria a inteligência, dá força aos desejos e aos instintos e, assim, produz todas as variações da atividade mental e espiritual. É o que em outras religiões é chamado de Deus, mas diferente da Divindade Maior pelo fato de ser perfeitamente imanente no cosmo e na vida humana. Não é uma força fora do Universo. É o próprio cosmo. A verdadeira natureza do cosmo e da vida é a fusão das leis física e espiritual da vida. É o processo que cria a existência e a faz desdobrar-se infinitamente.”1
Tanto a energia física como a espiritual são faces diferentes da mesma energia primordial que sustenta todas as funções do Universo. Essa energia, em termos budistas, é chamada de energia vital. Falar em energia vital equivale a falarmos da essência fundamental do ser humano, assim como de todos os outros seres e do próprio Universo. Ao realizarmos a prática budista, verificamos de forma efetiva como podemos manifestar essa energia contida em nosso interior. A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo ao Gohonzon é a prática revelada por Nitiren Daishonin para que possamos evidenciar esse potencial inerente em nós.

Energia criativa ou destrutiva, positiva ou negativa: Como direcionar nossa energia 

As ciências têm comprovado que os seres humanos utilizam uma pequena parte de seu potencial cerebral. Da mesma forma, muitas vezes, as pessoas não se dão conta da enorme quantidade de energia que possuem interiormente, limitando suas ações ao enfrentarem dificuldades e problemas. Em vez de reagirem, são arrastadas pelo pessimismo e acabam sucumbindo ao estresse, à depressão ou a outros males.
Para aumentar a energia física podemos nos valer de uma alimentação rica e saudável ou então exercitar o corpo. Mas, e quanto à nossa energia espiritual?
O objetivo da prática budista é elevar nosso estado de vida para que possamos canalizar nossas energias de forma plena e benéfica, tanto para nós próprios como para os outros.A energia interior de cada pessoa poderia ser comparada a um potente motor de um carro, mas que depende das rodas, que representam a ação concreta, e do sistema de direção, que corresponde à sabedoria inata. Dessa forma, a diferença entre uma existência envolvida somente em sofrimentos e ilusões e uma vida conscientemente direcionada para a felicidade de si e das demais está na ampla manifestação da energia interior e, mais que isso, do seu correto direcionamento. Sobre essa questão, Daisaku Ikeda comenta: “Somos livres para escolher o caminho e a habilidade para seguir o certo é inata ao homem. A questão é como desenvolver a sabedoria potencial inerente à nossa força vital, a fim de que funcione para a existência e a criatividade no Universo. Se um ser humano possuir a habilidade para amar e confiar, mas se for fraca a força motivadora dentro dele, não estará apto a influenciar outros seres humanos quanto mais a vida humana como um todo. Em contrapartida, se uma pessoa tiver uma poderosa força motivadora, mas for assaltada pela dúvida, a suspeição e o antagonismo com relação a outras pessoas, será capaz de destruir a si própria e à vida humana como um todo. Quando descobrirmos como empregar a nossa força vital para a criação e apoio à existência — tanto no nível humano como no cósmico — e quando descobrirmos como viver em verdadeira harmonia com o Universo, a filosofia da unidade entre a vida com o Universo, a filosofia da unidade entre a vida subjetiva e o meio ambiente objetivo se tornará a grande e prática sabedoria da humanidade.”2


A energia vital, os dez mundos e os dez fatores

No budismo há os conceitos chamados de dez mundos (jikkai, em japonês) e dez fatores da vida (junyoze). Os dez mundos, conhecidos também como dez estados ou condições da vida, são: Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranqüilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e estado de Buda. Os dez fatores oferecem uma maneira de examinar e compreender qualquer condição momentânea da vida na sua forma verdadeira, quer esteja no estado de Inferno ou no de Alegria, ou em qualquer outro dos dez mundos. Eles esclarecem os elementos que se combinam para que mudemos.
Os dez fatores são: Aparência (nyoze-so), natureza (nyoze-sho), entidade (nyoze-tai), poder (nyoze-riki), influência (nyoze-sa), causa interna ou inerente (nyoze-in), causa externa ou relação (nyoze-en), efeito latente (nyoza-ka), efeito manifesto (nyoze-ho) e consistência do início ao fim (nyoze-honma-kukyoto).
Enfatizaremos aqui o quarto fator, o poder. Trata-se da força interior com a qual a vida é inerentemente dotada. É a energia em potencial que pode ser usada na direção da circunvizinhança de uma pessoa, ou seja, é a força de motivação da vida de um indivíduo.
A energia vital se manifesta de acordo com os dez mundos permanentemente em mutação. Assim, ela aumenta em intensidade e se aperfeiçoa qualitativamente dos mais baixos aos mais altos estados da vida. Por exemplo, no estado de Inferno, uma pessoa possui pouca força motivadora que na maioria das vezes é usada contra sua própria vida ou de outras. Trata-se pois de um potencial destrutivo. No estado de Ira, a força motivadora é evidenciada pela sede do poder. Nos estados superiores, como os de Bodhisattva e Buda, essa força manifesta-se na forma de benevolência. No estado de Buda essa benevolência é capaz de englobar todas as outras energias dirigindo-as a propósitos elevados como aliviar o sofrimento de outras pessoas.
Em síntese, quanto mais elevamos nosso estado de vida, mais energia ou força motivadora acumulamos e, conforme observamos, a benevolência é a fonte fundamental de energia.


O que ocorre com a energia de uma pessoa após a morte 

Quando estamos vivos a energia nos mantém unos ao cosmos e, ao falecermos, torna-se a força que nos garante o renascimento.
As ações que realizamos em vida são portanto fundamentais para o renascimento. Após a morte, a energia permanece latente.
A esse respeito, Daisaku Ikeda comenta: “Muitas pessoas me perguntam se não há nada que uma pessoa morta possa fazer para influenciar sua própria existência. A resposta, receio, é não. O eu em estado de morte (de kuu) é totalmente incapaz de automotivação. (...)
“O budismo reconhece um — e somente um — meio pelo qual uma pessoa em estado de morte pode aperfeiçoar-se. É através das ações dos vivos. Embora não nos possamos comunicar com os mortos ou intimá-los a voltar à vida por um passe de mágica, é nos possível — com a nossa própria prática do budismo — arrancar a energia da vida cósmica e transferi-la aos amados falecidos. (...)
“Quanto mais energia a vida dormente recebe por esse meio, maior é o potencial para a remanifestação como ser vivo, possivelmente até num estado mais alto de existência do que o de antes do falecimento.”3
A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo e as ações altruísticas são o que possibilitam ao praticante budista acumular energia vital para enfrentar as dificuldades e realizar suas atividades diárias.
Notas: 1. Daisaku Ikeda, Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa. Editora Record, pág. 28. 2. Ibidem, pág. 49. 3. Ibidem, págs. 238–239.

Adquira a energia vital de um buda

Edição 2147 - Publicado em 15/Setembro/2012 - Página B4

Nesta edição, o BS compartilha trechos de orientações do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, sobre energia vital e saúde


Das profundezas da vida
“Não seja derrotado pela maldade da doença! Recupere sem falta a boa condição de saúde para atuar pelo Kossen-rufu. Quando assume esse senso de missão, a energia vital emerge das profundezas de sua vida” (BS, ed. 2.106, 5 nov. 2011, p. A2).

Vençam o dia
“A vitória ou a derrota é decidida logo de manhã. Por isso, assinalem a partida do dia com a recitação do Gongyo e do Daimoku ao ritmo do vigoroso cavalgar de um corcel branco. Vençam o dia com forte energia vital!” (BS, ed. 1.768, 23 out. 2004, p A2).

Transforme dificuldades em soluções
“Atuo em prol do Kossen-rufu! — desse juramento acalentado no coração emerge uma grandiosa energia vital e todas as dificuldades são solucionadas” (BS, ed. 2.073, 26 fev. 2011, p. A2).

Avancem com tenacidade
“Mesmo nas circunstâncias mais adversas devem persistir e perseverar para converter esse sofrimento em uma oportunidade única de crescimento e superação. Digam a si próprios: ‘Vocês verão!’. Por favor, continuem avançando com tenacidade e firmeza pelo seu caminho” (BS, ed. 1.392, 30 nov. 1996, p. 4).

Em prol do grande ideal
“Vamos assinalar a partida para um novo dia com abundante energia vital. A união é a força que conquista a vitória. Com fervorosa oração baseada no itai doshin, avancemos em prol do grande ideal do Kossen-rufu” (BS, ed. 2.079, 16 abr. 2011, p. A2).

Corpo e mente sãos
“‘As pessoas com fraca energia vital são vencidas por aquelas que possuem forte energia vital’, observou o Sr. Toda. Recitar Daimoku aumenta nossa energia vital e faz nosso corpo e nossa mente sãos. Ensinar o Budismo Nitiren a outras pessoas e propagar nosso movimento pelo Kossen-rufu formam a órbita para o fortalecimento de nossa energia vital. As pessoas cuja vida está em sintonia com esse ritmo são fortes” (BS, ed. 1.809, 27 ago. 2005, p. A3).

Modifique o carma
“A base da saúde é a forte fé, que nos capacita a extrair forte energia vital, triunfar sobre as forças negativas e prejudiciais e transformar o carma” (BS, ed. 1.743, 10 abr. 2004, p. A3).

A fé amplia a energia vital
“Daishonin deixou esta famosa declaração: ‘O Nam-myoho-rengue-kyo é como o rugido do leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?’ (WND, p. 412). A fé expande e fortalece nossa energia vital; ela desenvolve nosso caráter e nos faz crescer e amadurecer. Também é importante trabalhar em prol do Kossen-rufu na Soka Gakkai, nossa grandiosa organização transbordante de enorme energia vital” (BS, ed. 1.743, 10 abr. 2004, p. A3).

Renovação da vida
“Se tiver uma forte fé, então, assim como o sutra afirma, você obterá uma nova e poderosa energia vital, conseguindo uma renovação na vida no que diz respeito aos seus negócios e também à sua saúde” (BS, ed. 1.743, 10 abr. 2004, p. A3).